EDUARDO RICCI JIU JITSU MARINGÁ

14 de dez. de 2010

Paixão por lutas faz famílias trocarem o futebol pelo Jiu-Jitsu


Há três anos, a família de Junior Kawasaki (34), de Toyoake, Aichi, não acompanha o futebol brasileiro e desconhece os melhores times da atualidade no Brasil. Em contrapartida, conhece todos os detalhes das últimas lutas do UFC, Striforce e K-1, alguns dos principais torneios de artes marciais mistas (MMA) do mundo.
Tudo começou com os quatro filhos que decidiram entrar numa academia de jiu-jitsu em Toyokawa, há três anos. Por influência dos meninos, meses depois Junior acabou se matriculando e não demorou muito para a esposa Lani, se render à eficiência da arte suave. “No começo é um pouco difícil até o corpo se acostumar, mas depois você se solta. A luta te dá um ânimo e te deixa mais para cima”, diz a lutadora e mãe.
Em casa a conversa gira em torno do jiu-jitsu e do vale-tudo o tempo todo. Não há espaço para nenhuma outra modalidade, muito menos, o futebol, a paixão nacional de todo brasileiro, garante o pai. “Discutimos as lutas passadas e apostamos em quem vai vencer as próximas”, diz Junior.
Nas competições, o pai e os filhos têm participações garantidas. Já a mãe ensaia a entrada no tatame nas próximas oportunidades. “Preciso treinar um pouco mais. Quem sabe um dia”, reflete desconversando. E se no mundo do jiu-jitsu a hegemonia da modalidade atende pelo nome Gracie, em Toyoake, começa, quem sabe, uma outra dinastia: Kawasaki.
Em Gifu, a situação se repete. Daniel Villalpando, 36, e o filho Kaue de 14, da cidade de Ogaki, apaixonados por artes marciais entraram na academia Gracie Oceania há um ano e meio. Desde então, compartilham a mesma graduação e colhem os benefícios do esporte no relacionamento familiar. “Estamos mais unidos e sentimos uma melhora também na auto-estima e na disciplina”, constata Villalpando. E Kaue, que não liga para o futebol, não vê a hora de mais um membro de sua família ingressar no jiu-jitsu. “Em 2011, meu irmão de quatro anos vai entrar também”, diz empolgado.
ADVERTÊNCA EM CASA
O companheiro de academia Everton Asao, 28, alerta, no entanto, para os desafios a serem superados por aqueles que se consideram amantes do esporte. Reconhecido pelos instrutores Andy Murasaki e Carlos Kazuo como “apoiador” e “incentivador” dos atletas por colaborar com o transporte (sogei) e nunca deixar os companheiros “na mão”, Asao que não costuma ser punido nas competições acabou tomando cartão amarelo dentro de casa. “Minha esposa de vez em quando briga comigo e já está quase perguntando. O jiu-jitsu ou eu?”, revela o atleta advertido que promete agora se comportar e se dedicar mais à família para evitar um segundo amarelo e o vermelho.

Fonte: http://www.ipcdigital.com/br/Esportes/Esportes-Comunidade/Paixao-por-lutas-faz-familias-trocarem-o-futebol-pelo-Jiu-Jitsu_14122010

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