EDUARDO RICCI JIU JITSU MARINGÁ

27 de jun. de 2010

Werdum choca e, em 1min, finaliza o lendário Fedor no Strikeforce

O impensado aconteceu. O brasileiro Fabrício Werdum, que era considerado um completo azarão para sua luta da noite deste sábado, em rodada do Strikeforce, conseguiu uma vitória histórica. Junto com ele no octagon estava ninguém menos que o lendário Fedor Emelianenko, considerado por muitos o lutador mais completo do MMA, sendo comparado a Anderson Silva.

Em 1min09s, o gaúcho chocou os espectadores de San Jose, nos Estados Unidos, ao conseguir a finalização contra o russo, que teve apenas a segunda derrota em sua carreira. Ainda pelo Brasil, outra vitória marcou a noite: Cris Cyborg comprovou o favoritismo e manteve o cinturão das pesos pena, nocauteando.

A noite, no entanto, foi de Werdum, que conquistou sua 14ª vitória, a terceira consecutiva - tem quatro derrotas em seu cartel.

“Eu estou muito feliz. Ele é um cara tão forte, um ótimo lutador”, sorriu Werdum, ainda sob os olhares surpresos dos norte-americanos, que encheram o HP Pavilion com 12.649 espectadores.

O brasileiro já admitiu que pode dar a revanche para Fedor, que esperava vencer Werdum e enfrentar o campeão dos pesos pesados Alistair Overeem, holandês. “Eu ficaria feliz em lutar com Fedor novamente.”

“Quem não cai, não se levanta”, filosofou Fedor. “Eu estava concentrado na trocação e cometi um erro. Terei de ver novamente e analisar o que ocorreu”.

Durante a luta, Werdum teve um começo problemático, ao sofrer um uppercut de Fedor e mais uma série de golpes. Ao derrubar o brasileiro, no entanto, o russo se viu em meio a uma tentativa de triângulo do bicampeão mundial de jiu-jitsu. Sem sucesso, o gaúcho conseguiu puxar o braço do rival, que foi obrigado a desistir na chave de braço.

FEMININO
Enquanto Fedor ainda se preparava para a luta em que foi surpreendido, quem entrou no ringue na terceira luta em importância da noite em San Jose foi Cris Cyborg. Ela teve pela frente uma rival de cartel fraco, Jan Finney - oito vitórias e sete derrotas antes do combate.

Fonte: http://esporte.uol.com.br/lutas/vale-tudo/ultimas-noticias/2010/06/27/werdum-choca-e-em-1min-finaliza-o-lendario-fedor-no-strikeforce.jhtm

Werdum finaliza Fedor e faz história no MMA


A edição do Strikeforce, realizada no último sábado (26), contava com a presença de grandes nomes do MMA. No card principal as lutas de Emilianenko Fedor, Cris Cyborg e Cung Le - todos considerados favoritos absolutos em seus combates - prometiam emoção ao show.

Nesse contexto, o main event da noite trouxe o confronto entre o, até então, imbatível Fedor (31-2) e o brasileiro Fabrício Werdum (14-4-1), que vinha de vitória contra Antonio Pezão. Contrariando as expectativas, Werdum não se intimidou e buscou o combate em pé. Em poucos segundos, Fedor mostrou supremacia na trocação e obrigou o brasileiro a sentar e fazer guarda.

Sem se intimidar com o famoso jogo de chão do brasileiro, Fedor partiu para o ground and pound e dava sinais que venceria a luta em instantes. Para o seu azar, o campeão mundial de jiu jitsu em 2004 e atual bi-campeão peso pesado do ADCC soube segurar a pressão na guarda e tentou um ataque no braço, bem defendido pelo russo.

Depois de escapar da tentativa de finalização, Emilianenko Fedor partiu para mais uma sequência de socos, desta vez quase com a guarda passada. Foi neste momento que Fabrício selou sua vitória. Com uma cambalhota repôs a guarda e, aproveitando o desequilíbrio do oponente junto à grade, encaixou um triângulo e partiu para um armlock da posição. Pela primeira vez, Fedor se viu obrigado a desistir e deu ‘apenas’ um tapa para sinalizar a derrota em 1:09 de luta, a mais rápida da noite.

Show de Werdum que, com a vitória, deverá ser o lutador mais desafio do momento. Em seu futuro já são cogitadas três possibilidades; uma revanche contra o russo, a disputa pelo cinturão da categoria contra Alistair Overeem e até mesmo seu retorno para o UFC. Agora é aguardar para ver o impacto deste grande feito em sua carreira

Favoritos vencem
Nos outros dois grandes combates da noite, a vitória foi para os favoritos. Campeã feminina do evento, a brasileira Cris Cyborg (10-1) não teve dificuldades para nocautear Jan Finney no segundo round. Depois de aplicar três knock downs no round inicial, Cyborg derrubou a oponente com uma joelhada e finalizou a adversária no ground and pound.

Vindo da primeira derrota na carreira em dezembro de 2009, Cung Le (7-1) conseguiu que o Strikeforce realizasse a revanche contra Scott Smith. Nesta luta, porém, o norte americano não conseguiu espaços e foi duramente castigado no primeiro round. Aos 1:46 da segunda etapa da luta, Cung Le aplicou um chute no corpo que impossibilitou o adversário de continuar no combate. Ao que tudo indica, Smith teve uma costela quebrada no golpe.


Strikeforce
June 26, 2010
San Jose, California, United States

Bobby Stack venceu Derrick Burnsed Decisão dividida
Yancy Medeiros nocauteou Gareth Joseph - 2° round 1:19
Bret Bergmark venceu Vagner Rocha Decisão unânime
Chris Cope nocauteou Ron Keslar - 2° round 4:32
Josh Thomson finalizou Pat Healy Submission - 3° round 4:27
Cristiane Santos nocauteou Jan Finney – 2° round 2:56
Cung Le nocauteou Scott Smith - 2° round 1:46
Fabricio Werdum finalizou Fedor Emelianenko – 1° round 1:09

Fedor lamenta a derrota: “Cometi um erro”

Meia noite de sábado (26) para domingo: este foi o exato momento em que o faixa-preta Fabrício Werdum entrou para a história do MMA como o único lutador a derrotar Fedor Emelianenko. Após sentir o sabor da derrota pela primeira vez na carreira, o russo comentou o duelo na coletiva de imprensa após o Strikeforce, que aconteceu na noite de ontem na Califórnia.

“No começo do round eu acertei Fabrício e queria finalizar a luta o quanto antes, e este foi o momento em que cometi um erro”, relembra Fedor, que já passou por situações semelhantes nas mais de 30 lutas de sua carreira. “Tiveram momentos em que consegui escapar, mas eu vacilei e paguei por isso. No momento em que teria que escapar, eu parei. Eu nunca tinha feito isso, e esse momento foi usado pelo Fabrício para travar as pernas”, lamenta.

No topo do mundo desde sua primeira vitória sobre Rodrigo Minotauro no Pride, Fedor disse sentir o peso de ser o número um há tanto tempo. “Acontece que me transformaram numa espécie de ídolo. Todo mundo perde, isso acontece. Eu sou um ser humano normal como qualquer outro, e se for a vontade de Deus eu vou vencer a próxima luta”, disse o russo, que deve ganhar a revanche contra o brasileiro.

Fedor não tem desculpas para a derrota. Werdum foi mais inteligente e venceu, mas ele lamenta ter desapontado seus fãs em sua 34ª luta. “Tentei me motivar e vir para essa luta na minha melhor forma, e a luta de hoje me mostrou que eu talvez não trabalhei o bastante. Eu não consegui fazer todas as minhas técnicas, isso significa que terei que trabalhar mais”, finalizou o russo, na coletiva de imprensa após o evento

Fonte:http://www.tatame.com.br/2010/06/27/Fedor-lamenta-a-derrota-Cometi-um-erro

Werdum e a vitória histórica sobre Fedor

Fabrício Werdum precisou de 69 segundos para deixar seu nome gravado na história do MMA. Um dia depois de completar 28 meses de sua demissão do UFC, o faixa-preta entrou no octagon do Strikeforce e conseguiu o que nenhum outro lutador jamais havia feito: forçar Fedor Emelianenko, ex-campeão do Pride e número um dos pesos pesados há mais de sete anos, a desistir.

Descontraído e relaxado antes da luta, fazendo piadas com os companheiros e brincando nos bastidores do evento, Werdum mudou de fisionomia a caminho do octagon. Focado, ele queria vencer. Meses antes do combate, o gaúcho confidenciou à TATAME que sua estratégia seria atacar o pescoço do russo. “O Fedor nunca bateria no braço ou na perna”, ele disse na época. Do outro lado, Emelianenko mantinha sua tradicional fisionomia. A “barriguinha” estava lá, e o rosto frio, como de costume, encarou Werdum antes do soar do gongo. “Eu não senti medo, lutar é a minha vida”, rebateu o brasileiro.

A VITÓRIA DO JIU-JITSU

Assim que a luta começou, Fedor tomou o centro do octagon e, depois de levar um low kick, apertou mais o ritmo e deixou Fabrício rodar o octagon, mais perto da grade, enquanto preparava o ataque. Os golpes atingiram Werdum, que balançou e caiu. Ou será que o brasileiro se jogou para trás para trazer Fedor para sua guarda? Não faz diferença, o importante é que Werdum conseguiu segurar o ímpeto do russo e, na malandragem do Jiu-Jitsu, atacou seu braço. Fedor escapou, como Werdum havia previsto, mas foi então que o gaúcho atacou o pescoço com um justíssimo triângulo.

“O estrangulamento foi duplo... No braço e no pescoço... Todos viram? (risos)”, indagou Fabrício na coletiva de imprensa, provocando as gargalhadas dos jornalistas. “Mas eu vou mostrar esse estrangulamento no meu próximo seminário (risos). O próximo seminário é barato, só vai custar 10 dólares”, emendou, fazendo até Renato Babalu, que o ajudou na tradução das perguntas, perder o fôlego com as risadas. “Eu não gosto de ficar no quarto sozinho, porque a minha cabeça fica pensando demais na luta. Ficar fazendo piada com os meus amigos é muito bom pra mim, fico jogando vídeo-game o tempo todo”, revela.

Quanto à sua estratégia, o brasileiro credita o sucesso aos companheiros e treinadores. “É impossível ganhar uma luta como essa, contra o melhor do mundo, sozinho, então é importante que tenha um suporte, um time forte. Isso te dá muita força na hora da luta”, agradece, revelando que sua esposa, ao contrário de todos os amantes de MMA do planeta, não assistiu a luta mais importante de sua vida. “Minha esposa nunca assiste minhas lutas, ela sempre vai ao supermercado na hora da luta e eu ligo depois contando como foi (risos)”, revelou, para a risada geral.

REVANCHE PARA FEDOR, SUPER LUTA COM LESNAR?

Campeão da categoria, Alistair Overeem esperava pela vitória de Fedor para defender seu cinturão contra o russo, mas o triunfo de Werdum, velho conhecido do holandês (Werdum já finalizou Overeem no Pride), colocou água no chope do Strikeforce. Quando todos esperavam pelo desafio a Overeem no fim do combate, Werdum repetiu o que havia dito à TATAME antes da luta: “eu venci hoje, mas Fedor é o melhor. Eu gostaria de enfrentá-lo novamente“. Em seu discurso de vitória, que já estava ensaiado dias antes do combate, Werdum incluía uma super luta contra Brock Lesnar, campeão peso pesado do UFC. E agora, alguém duvida?

Fonte:http://www.tatame.com.br/2010/06/27/Werdum-e-a-vitoria-historica-sobre-Fedor

Por Guilherme Cruz
Foto Esther Lin

9 de jun. de 2010

Demandas energéticas

Você está treinando de acordo com a especificidade e as demandas energéticas do seu esporte? Você conhece as demandas energéticas da sua modalidade? Jiu Jitsu, Judô, MMA, Wrestling?

Antes de começarmos a definir que tipos de demandas energéticas o MMA, Jiu-Jitsu ou Judô possuem, precisamos entender um dos princípios mais importantes do treinamento desportivo: o princípio da especificidade.

Antes de planificarmos um treinamento, precisamos conhecer que tipos de sistemas energéticos essa modalidade possui. Devemos sempre treinar de acordo com as demandas energéticas da nossa modalidade. Nós possuímos três tipos de vias energéticas. A via aeróbia e a via anaeróbia, que é dividida em alática e lática. Anaeróbia com oxigênio e anaeróbia sem oxigênio; lático com lactato e alático sem lactato.

Entendendo esses conceitos, vamos começar a descobrir que tipos de vias de energia o MMA, Jiu-Jitsu, Judô, Wrestling, possuem. Via Anaeróbia lática? Anaeróbia alática? Aeróbia, Mista ou todas incluídas?

Princípio da especificidade: Este princípio, como a própria terminologia propõe, baseia-se nas particularidades, nas características específicas da atividade. Assim, todo o treinamento deve ser direcionado em função dos requisitos específicos da própria atividade escolhida, levando-se em consideração principalmente às qualidades físicas, o sistema energético predominante e a coordenação motora exigida (técnicas específicas).

Sistemas Energéticos: ATP é energia para os músculos, assim como para todas as células do corpo, a fonte de energia que mantém tudo funcionando é chamada de ATP. O Trifosfato de Adenosina é o instrumento bioquímico que serve para armazenar e utilizar energia. O exercício é uma atividade ativa, portanto demanda muita energia. A quantidade de ATP de reserva que se tem no organismo é muito pequena: Só é capaz de ser utilizada em contrações que duram, no máximo, três segundos. Então, o organismo desenvolveu ao longo dos milênios a capacidade de ressintetizar o ATP. A musculatura esquelética possui um sistema muito eficiente (aproximadamente 20%) de transferência de energia química, do ATP, em energia mecânica, dos movimentos. A energia que obtemos para ressintetizar ATP vem dos alimentos.

Há três vias de ressíntese de ATP: Anaeróbica, que pode ser Alática (não tendo ácido lático como produto final) ou Lática (ácido lático como produto final); e aeróbica (reações que dependem do oxigênio). O processo bioquímico que deflagra esses mecanismos é a baixa do ATP de reserva, estimulando a ressíntese. Todas as vias de ressíntese de ATP são estimuladas simultaneamente; o que determina qual delas irá participar mais é a intensidade e duração de determinado exercício, pois cada uma dessas vias possui características bioquímicas diferentes. O ponto mais importante desse tema é a mensagem de que a prática de exercícios físicos é a medida de maior impacto em saúde pública, na melhoria da qualidade de vida e sobrevida, a mais barata e com maiores evidências.

Via Anaeróbica alática

O processo pelo qual há liberação de energia para ressíntese, através da via anaeróbica alática, é a hidrólise da creatina-fosfato, uma molécula existente no músculo esquelético, que se constitui em uma creatina ligada a um radical fosfatídico de alta energia. A hidrólise da molécula libera energia, que é utilizada na contração muscular; não é usado o oxigênio e não se forma ácido lático. Esta via está envolvida em exercícios rápidos ou situações de transição imediata. Um exemplo cotidiano de exercício anaeróbico alático é atividade de curta duração: dar uma corrida rápida para pegar um ônibus, subir um lance de escada, carregar um objeto por uma distância curta. Demora cerca de 8 a 10 segundos, 3 vezes a mais do que o ATP de reserva suporta (cerca de 3 segundos). Quanto mais prolongado, mais aeróbico é o exercício; depois de 2 minutos, a via aeróbica começa a se tornar prioritária.

Via anaeróbica lática

É a aceleração específica da via glicolítica, com liberação de ácido lático, que é a molécula de piruvato modificada. A vantagem da via lática é ser mais potente, mas possui como desvantagem a produção de ácido lático, após alguns segundos. Há mecanismos que inibem a via glicolítica, como a acidose intramuscular. O lactato é reaproveitado pelo organismo, entretanto, o h + livre no músculo provoca acidose muscular, causando dor e queimação. A acidose também inibe a ligação entre o cálcio e a tropomiosina, ou seja, há inibição do próprio mecanismo de contração. A duração é intermediária: mais de 10 segundos e menos de 2 minutos; para durar mais de 2 minutos, deve-se baixar a intensidade, passando a ser aeróbico. A subida de alguns lances de escada pode ser considerada como uma atividade que demanda a via anaeróbica lática.

Via aeróbica

Envolve a via glicolítica, formando ácido pirúvico que passa pela mitocôndria, ciclo de krebs e cadeia respiratória. O oxigênio chega como aceptor final de elétrons para formar água. A molécula de glicose é quebrada na via glicolítica, formando duas moléculas de piruvato, com três carbonos. No final, a molécula de glicose libera água e Co2, lembrando uma reação inversa de fotossíntese.

A desvantagem da via aeróbica é a sua lentidão, sendo dependente de várias enzimas, de oxigênio e da passagem de piruvato para dentro da mitocôndria. Para funcionar efetivamente, demora de 1 a 2 minutos. Os exercícios tipicamente aeróbicos são de longa duração e intensidade moderada. Uma corrida ou pedalada longas podem ser consideradas como exercícios aeróbicos.

Conclusão:

Procurem sempre estar treinando de acordo com as demandas energéticas exigidas pela sua modalidade. Se você luta 3 rounds de 3 minutos exaustivamente com uma intensidade altíssima, e com períodos curtíssimos de descanso entre os rounds, você está mais próximo do sistema Anaeróbio lático, mas entenda que somando esses rounds todos, mais o tempo que você espera dentro do vestiário, o sistema aeróbio está sendo bastante requisitado também.

Agora nessa mesma disputa, no final do round, dez segundos finais por exemplo , você precisa daquela queda, daquela finalização ou daquele lindo e eficiente nocaute, o sistema anaeróbio alático está sendo bastante requisitado. Dentro desses conceitos, experimente desenvolver seu treinamento dentro da especificidade da sua modalidade. Se você num combate precisa empurrar um adversário para fora e somar pontos com isso, tente empurrar um companheiro de treino e não um carro, se você precisa tirar o adversário do chão para passar uma guarda, por exemplo, e somar pontos, levante um companheiro de treino e não um latão.

*Rodrigo Artilheiro é formado em Educação Física pelo Instituto Metodista Bennet, faixa-preta de Judô, Jiu-Jitsu e integrante da CBLA

Fonte: http://www.tatame.com.br/2010/06/01/Demandas-energeticas-da-sua-modalidade

Consequências do Nocaute

Como telespectador e fã de Boxe e MMA, além das finalizações (MMA), não há nada mais empolgante do que assistir ao fim do tempo regulamentar do combate por nocaute. Apesar de ser algo quase hipnótico e querer visualizar em minúcias o desfalecimento momentâneo do outro lutador, um trauma na cabeça mais grave ou a sucessão deles em níveis variados podem trazer consequências devastadoras ao atleta.

Muhammad Ali, um dos melhores boxeadores de todos os tempos, aos 42 anos de idade, daria inicio a uma série de sintomas que o acompanham até os dias de hoje: tremores, lentidão de movimentos, fala arrastada e inexplicável fadiga. O Neurologista Stanley Fahn, examinou-o na Universidade de Columbia, referência mundial em diagnóstico e tratamento da doença de parkinson, e diagnosticou seu "parkinsonismo".

Em seguida, a imprensa e os fãs começaram a questionar se foi o Boxe o principal causador da doença. Não havia nenhuma forma de afirmar, categoricamente, que foi o Boxe a principal causa. O fato é que, pelas informações científicas na época, o que poderia ser afirmado é que ele desenvolveria a doença, mesmo se fosse um bailarino, contador ou profissional de qualquer outra área.

Entretanto, modalidades como o Boxe, na qual a probabilidade de lesões no cérebro são maiores comparados ao MMA, por exemplo, sempre existe o risco de traumas na cabeça e lesões no cérebro, do mesmo modo que existe grande possibilidade de L.E.R (Lesão por Esforço Repetitivo) em indivíduos que passam boa parte do tempo digitando no trabalho, sem condições ergonômicas adequadas de teclado e/ou cadeira.

Em 1928, o patologista Harrison Martland, descrevia uma síndrome, na qual percebia que boa parte dos atletas pareciam bêbados fora dos ringues. Estimou que metade de todos os pugilistas veteranos profissionais tinha a doença. Dentre eles, lutadores lendários como Joe Louis, que desenvolveu sintomas de demência e Sugar Ray Robinson, que morreu com a doença de Alzheimer.

Atualmente, os especialistas utilizam outros termos para denominar a síndrome de "bêbado": traumatismo crônico crânio-encefálico, encefalopatia crônica traumática, encefalopatia do pugilista e "demência pugilistica", termo médico recente utilizado para descrever os casos mais graves. Além desse, a literatura agora também tem uma nova denominação: "parkinsonismo pugilistico". Já é consenso que vítimas em função de lesões no cérebro são mais propensas a desenvolver doença de Alzheimer do que Parkinson.

Por outro lado, parece existir um vínculo genético entre a doença de Alzheimer e lesões traumáticas. Uma variação genética comum conhecida como ApoE4, tem sido associada a um aumento na gravidade da lesão cerebral de lutadores com mais de 12 lutas profissionais registradas. Em estudo prévio, foi sugerido que alguns indivíduos podem ser geneticamente mais predispostos a sofrer dano neurológico em razão de golpes na cabeça.

Os sintomas de doenças neurológicas em lutadores podem ser observadas sob 3 aspectos:

• Motor - Fala um pouco arrastada, é um dos primeiros sinais de danos cerebrais. Outras deficiências comuns são: falta de coordenação, movimentos lentos, voz enfraquecida, rigidez, problemas de equilíbrio e tremores;

• Cognitivo - Com aplicação de alguns testes, é verificado facilmente que os atletas apresentam baixa concentração, déficits de memória e diminuição da velocidade mental (raciocínio). Além disso, com o agravamento, o lutador pode apresentar amnésia profunda, déficits de atenção,

lentidão de pensamento;

• Comportamental - Os sinais mais comuns incluem irritabilidade, falta de discernimento, paranóia e explosões de violência e fúria, muitas vezes, "inexplicáveis".

Já em 1969 um estudo realizado por pesquisadores britânicos descobriu que um em cada seis pugilistas profissionais aposentados sofriam de graves danos cerebrais. Os sintomas começaram a aparecer, em média, 16 anos depois do fim da carreira. Os que lutaram mais (além dos 28 anos), estatisticamente, foram considerados de maior risco, assim como os que tinham derrotas no cartel, especialmente por nocaute. Sugeriu-se que a cada trauma mais contundente e/ou nocaute, ocorra perturbação na fisiologia normal do indivíduo, com danos irreparáveis às células nervosas.

Outra teoria sustenta que os golpes na cabeça causem distúrbios substanciais à química do cérebro, conduzindo a resposta imune com danos ao sistema nervoso central.

O MMA e o Boxe são esportes em que "ferir" um oponente é um objetivo explícito: atingindo e danificando o cérebro, por nocaute (MMA ou Boxe), ou lesionando articulações e ligamentos (no caso das finalizações "articulares" realizadas no MMA). Esse fato inequívoco conduziu uma reviravolta e mobilização de diversas associações médicas, solicitando a abolição do Boxe e, posteriormente, do MMA (principalmente nos Estados Unidos).

Hoje, por intermédio das comissões atléticas que sancionam os dois esportes nos EUA, foram decretadas regras de saúde rigorosas, objetivando manter a integridade dos atletas. Dentre as principais, estão: realização de ressonância magnética (anual e, porventura, antes de algum combate caso seja solicitado); proibição de participação por período determinado em um próximo combate para aqueles que perderam seis vezes consecutivas (independentemente do modo como perdeu) ou em três lutas consecutivas (se a perda foi por nocaute ou nocaute técnico).

Concluímos este artigo salientado que essas medidas foram muito importantes para minimizar os problemas associados a golpes na cabeça e possíveis implicações diretas à saúde dos atletas. Todavia, não resolve em definitivo o principal desafio, que é quando a lesão se torna crônica, já instaurada. A preocupação da comunidade científica agora é de encontrar marcadores pré-clínicos, para tentar identificar sinais de lesão antes de o lutador apresentar sintomas permanentes. Assim, poderia até ser recomendado previamente que interrompa a carreira antes de um acontecimento trágico, como a morte, por exemplo.

* Leandro Paiva é colaborador especial da TATAME, autor do livro Pronto Pra Guerra, mantém um Blog diário e possui um canal de TV abordando todos os aspectos da preparação de lutadores.

Referência:

1) Clancy, F. The Bitter: Head blows from boxing can cause dementia and Alzheimer’s. Can the same chronic brain injury also lead to Parkinson’s? Neurology Now, p.24-25, 2006;

2) Paiva, L. Pronto Pra Guerra: Preparação Física Específica para Luta e Superação. Amazonas: OMP Editora, 2009.

Fonte:http://www.tatame.com.br/2010/05/27/Consequencias-do-Nocaute

2009 Brazilian Jiu Jitsu World Championships - Mundial

MUNDIAL DE JIU-JITSU 2010 - ROGER GRACIE FOI O GRANDE NOME

Aconteceu no último final de semana, em Long Beach, Califórnia, Estados Unidos, o Campeonato Mundial de Jiu-jitsu 2010.

O grande nome do evento foi Roger Gracie que faturou o ouro na categoria de peso e na categoria absoluto.

Com o resultado, Roger se tornou o maior competidor da história da arte suave, acumulando sete títulos no peso e três no absoluto.

Na edição de 2010, Roger finalizou todos os seus oponentes no campeonato, com exceção de Ricardo Demente que acabou sendo superado nos pontos.

Na final do absoluto, a lesão de Rômulo Barral, adversário de Roger fez com que o representante da família Gracie ganhasse o título sem precisar lutar.

Destaque, também, para as mulheres que deram um verdadeiro show de jiu-jitsu.

Para ver os resultados completos visite: www.cbjj.com.br


Confira os campeões da faixa-preta, em cada categoria:

PESO GALO: Bruno Malfacine

PESO PLUMA: Pablo Silva

PESO PENA: Rafael Mendes

PESO LEVE: Michael Langhi

PESO MÉDIO: Marcelinho Garcia

PESO MEIO PESADO: Tarsis Humphreys

PESO PESADO: Bernardo Faria

PESO SUPER PESADO: Roger Gracie

PESO PESADÍSSIMO: Rodrigo Cavaca

ABSOLUTO: Roger Gracie


Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/nomundodaslutas/2010/06/07/mundial-de-jiu-jitsu-2010-roger-gracie-foi-o-grande-nome/?topo=2,2,18,,,2

Refinamento técnico e tático para o MMA

Campeão de Jiu-Jitsu e Grappling e lutador de MMA, Gabriel Kitober preparou um artigo especial para a TATAME. Radicado em Las Vegas, Estados Unidos, o faixa-preta formado por Oswaldo Alves, que ajuda nos treinamentos de nomes como Amir Sadollah, Matt Riddle e Matt Brown, escreveu sobre a importância do refinamento técnico e tático para o MMA. Confira abaixo o interessante artigo:


Uma coisa muito importante no MMA é a forma de como se ensinar a técnica para os atletas de maneira que o atleta entenda o sentido e a biomecânica do movimento, assim aperfeiçoando cada elemento técnico e cognitivo. Devemos, primeiro, separar por métodos e partes:

1 – método global: se ensina a posição do começo ao fim sem interrupção. Por exemplo, armlock na guarda: domine o braço do adversário, escale as pernas no ombro, passe a perna sobre a cabeça, exerça uma pressão sobre a articulação do cotovelo até que o adversário desista.

2 – método fragmentado: se mostra a posição, sobre diversas partes e ângulos, dando importância aos detalhes de cada aspecto do posicionamento do corpo, da distancia. Por exemplo: domine o braço, explique como dominar, como exercer mais pressão de forma que o adversário não consiga defender o começo do ataque, qual grupo muscular mais recrutado no movimento; depois como se escala, como o corpo deve se posicionar, desde o movimento da cabeça, do quadril, dos joelhos; e como se pesar as pernas sobre a cabeça e a parte posterior do deltóide, explicando o sentido de cada movimento.

3 – devemos mostrar a posição e, em seguida, suas defesas e contra-ataques, para que o aluno avance no entendimento completo da biomecânica do movimento. Por exemplo: quando o adversário inicia um ataque de armlock na guarda, devemos manter uma postura com que ele não consiga se posicionar e ficar confortável para o ataque, ou até como fazemos para contra atacar quando o adversário tentar executar o armlock na guarda.

Execução dos movimentos pelos atletas:

1 – Os atletas devem repetir os movimentos de forma global e fragmentada.

2 – O atleta deve repetir a posição de forma competitiva começando com uma resistência pequena por parte do colega de treino e ir aumentando a resistência conforme, a posição for ficando natural, isso sempre levando em consideração as especificidades de cada evento, como, por exemplo, o tempo de luta as regras e o ambiente, por exemplo ringue ou Cage. Deve-se fazer as posições no meio do ringue, encostado na grade, etc.

Regras básicas:

- Não passar de um movimento pro outro até que se domine completamente a posição;

- Levar em consideração a especificidade de cada combate e sua estratégia, tempo, regras, saber que movimentos aplicar para cada tipo de adversários, tanto como de ataque como de defesa;

- Corrigir todos os defeitos dos movimentos e explicar porque não executar daquela maneira;



- Comprovar o rendimento técnico em cada competição.

Fonte: http://www.tatame.com.br/2010/06/02/Refinamento-tecnico-e-tatico-para-o-MMA