EDUARDO RICCI JIU JITSU MARINGÁ

3 de ago. de 2010

Entrevista - Saulo Ribeiro

Hexacampeão mundial de Jiu-Jitsu, Saulo Ribeiro voltou ao palco que o consagrou mundialmente no Internacional de Masters e Sêniors. No peso, o faixa-preta de Royler Gracie finalizou quatro adversários e faturou a categoria dos pesados e no absoluto venceu dois combates e fechou com seu companheiro de equipe Rodrigo Munduruca. Em entrevista concedida logo após as conquistas, Saulo comentou sobre a sua participação, falou da emoção em voltar aos tatames do Tijuca Tênis Clube e garantiu que em 2011 estará de volta. Confira a seguir.


Você conquistou o título no peso, ganhando as quatro lutas por finalização e hoje fez duas lutas e fechou o peso com o Rodrigo. Como você se sentiu lutando no Internacional de Master?


Vir aqui no Rio, no berço, aonde tudo começou, é realmente uma emoção muito grande, é uma energia muito positiva. Hoje, o que me estimula a lutar é o fator ideológico, não é o fator competitivo. Dessa forma, eu acho que o título absoluto está muito bem representado com o Rodrigo, que faz um excelente trabalho no Canadá e representa a família Gracie Humaitá. No Master e no Sênior, as pessoas estão vindo aqui mais para lutar e não para ganhar... Eu acho que essa é a grande diferença do adulto para o Master. O pessoal está muito preocupado com auto-afirmação, com a questão de impor o nome no esporte e está esquecendo um pouco da essência do nosso Jiu-Jitsu. É um campeonato de muitas vantagens, quase isso, quase aquilo, meio isso, meio aquilo... No Master, eu acho que o pessoal tira um pouco do ego e da necessidade de se auto-afirmar e vem aqui porque, no final de tudo, isso é uma grande festa, uma grande comemoração e uma celebração do nosso Jiu-Jitsu, então eu acho que vir aqui é sempre bom, principalmente para dar um estímulo e ver essa nova geração.

Há quanto tempo você não lutava no Tijuca?

Muita gente vem aqui e nunca me viu lutar porque só luta há quatro anos, e é exatamente o tempo que eu não estava no Brasil. Estou muito feliz, trouxe aqui para o Brasil um pessoal dos Estados Unidos que estava treinando comigo lá na Ribeiro Jiu-Jitsu, que representam muito bem, ganhando medalhas em todas as categorias e ajudando à Gracie Humaitá a levar o campeonato geral e dar uma força no trabalho do Rolker Gracie, que ficou aqui com a matriz. Mais um título para a Gracie Humaitá.

Você estava há quatro anos sem vir, mas seus principais títulos foram conquistados aqui. Como foi essa energia de voltar?

É uma grande emoção, me deu vontade de chorar... Na verdade, eu não sabia que eu iria me emocionar tanto, foi aqui neste palco que eu me emocionei, correram as lágrimas, literalmente. Um palco de lesões, um palco de alegrias e derrotas, um palco de algumas atitudes imaturas... Na verdade, a minha história foi toda criada aqui, então voltar aqui é muito emocionante. Tem o meu pai, tem minha família toda aqui. Esse campeonato em especial eu dedico à filhinha do Xande, à minha afilhada Vitória, que o nome já está aí escrito na história... É um motivo de satisfação para mim, que hoje tenho a vida nesse esporte, não só no Brasil, mas como no mundo. Para mim é quase como uma nostalgia vir aqui.

Podemos esperar você no próximo ano?

Claro. Vou ver se eu consigo convencer o Xande para vir brincar aqui também e prestigiar. Acho que a galera está sentindo um pouco a falta de ícones e ídolos do esporte, pessoas que tem alguma coisa para dizer e acrescentar, alguma palavra de conforto para aqueles que estão chegando... Eu acho que esse campeonato aqui não pode morrer, eu espero um pouco mais de marketing, um pouco mais de assessoria de imprensa, mais capital investido. Eu cheguei aí e nenhum dos meios de comunicação estava sabendo desse evento, então eu acho que tem que dar uma investida no Brasil, foi aqui que tudo começou e isso não pode ser esquecido. Eu estou aqui deixando a minha academia, deixando o meu nome e toda a minha organização em prol do Jiu-Jitsu, no que precisar de mim... A Confederação, mais uma vez, continua com aquele trabalho crescente, então a gente tem que somar e não dividir. Mais uma vez o trabalho foi feito, a arbitragem está cada vez melhor, a comando do Álvaro (Mansor). Eu acho que as pessoas estão ficando educadas dentro do esporte, o que eu acho importante para que surjam novos ídolos, então eu só tenho que dar os parabéns por mais uma campanha vitoriosa da Gracie Humaitá.

Fonte: http://www.tatame.com.br/2010/07/26/Saulo-Ribeiro

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