EDUARDO RICCI JIU JITSU MARINGÁ

1 de abr. de 2010

Jiu-jitsu: arte ou violência?


Muitas pessoas ainda carregam o pensamento errôneo de que as artes marciais só servem para prejudicar os mais fracos. Nas academias especializadas, é comum a presença de pessoas que lutam para aprender a brigar. De acordo com professor de jiu-jitsu, esse não é o verdadeiro propósito dessas artes.


Atualmente, o jiu-jitsu é uma das artes marciais mais procuradas nas academias brasileiras. Porém, muitos leigos, com uma visão negativa, entendem que esta é uma modalidade violenta, que pode transformar as pessoas em seres agressivos.

Antigamente, esta modalidade era praticada como defesa pessoal dos samurais quando estes estavam desarmados. Muitas pessoas ainda lutam com estas finalidades, apegadas à filosofia e aos mandamentos da arte, mas a grande maioria dos freqüentadores das academias de jiu-jitsu treina com outro objetivo: machucar as pessoas, brigar na rua e nas festas e, até mesmo, para se exibir. Podemos citar como exemplo o lutador de jiu-jitsu Ryan Gracie, 25, que foi apontado como pivô de uma briga numa casa noturna de classe média-alta. Um homem foi ferido no tórax por uma navalha ou canivete.

O jiu-jitsu – ou arte suave em português –, que teve como pré-cursor aqui no Brasil a família Gracie, utiliza a força do adversário contra ele mesmo, através de técnicas de alavanca, de quedas, imobilizações, estrangulamentos, torções e etc. Esta arte proporciona a um indivíduo menor e mais fraco dominar outro bem mais forte, pois a principal filosofia dessa arte é que “vale mais a técnica e a velocidade do que a força do lutador”.

Jean Paul Aguiar, 20 anos, é faixa roxa em jiu-jitsu e professor da academia Corpo Vip. Desde criança, Jean Paul teve contato com as artes marciais: treinou kung-fu, capoeira e judô, porém achava-as monótonas, pois eram sempre os mesmo ensinamentos. A partir do momento que começou a lutar jiu-jitsu, percebeu que era uma arte diferente, porque ela é uma mistura um pouco de diferentes modalidades. “Apesar do jiu-itsu não ser esteticamente bonito, tornou-se útil para mim. Aprendi a me defender.”

Lutador desde os 16 anos, Paul diz já ter sofrido preconceitos por praticar jiu-jitsu. “As pessoas confundem as coisas. Acham que, por eu ser lutador, sou arrogante, boçal, mascarado. Mas depois que me conhecem, descobrem que não sou assim.”

Na maioria das vezes, as pessoas treinam pensando em machucar as outras. A luta inflama o ego, faz com que o lutador se sinta superior aos demais, procure diminuir o outro. Essas pessoas que agem dessa maneira não conseguem administrar sua auto-estima e acabam denegrindo fisicamente as pessoas mais fracas ou que não possuem conhecimento sobre artes marciais.
Na opinião de Jean Paul “o professor influencia muito na construção do caráter de um lutador, pois o aluno é o espelho do professor. Às vezes, o professor ensina algo errado ao aluno ou já tem um caráter arrogante, fazendo com que o aluno siga o exemplo do mestre e torne-se um lutador violento.”

Por fim, antes de se matricular em qualquer tipo de arte marcial, procure se informar sobre a modalidade, o local de treinamento e os professores. Assim, a prática se tornará mais útil e menos agressiva, beneficiando todos e apagando a imagem negativa que as pessoas ainda cultivam em relação às artes marciais.

Por Kérlya Chaves

Fonte: http://tecnicasdereportagemfic.blogspot.com/2008/12/jiu-jitsu-arte-ou-violncia.html

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